O que você quer ser quando crescer?
Minha mãe conta, do tempo quando eu era pequeno, que, ao ser questionado por algum loser (essa pergunta é típica do parente loser - aquele tio "encostado" pelo INAMPS, aquela tia véia solteirona ou mãe de um inútil vagabundo e/ou boleteiro, etc.), eu sempre saía com a seguinte resposta: "Quero ser doutor, ter um escritório num andar bem alto e uma secretária loira."
Passados quase trinta anos dessa época, posso ver que minha resposta em nada se parece com a situação dos dias de hoje. Embora eu não seja vagabundo nem boleteiro, meu inocente projeto de vida não foi concretizado. Por quê? Não sei responder pois não consigo perceber ao certo onde exatamente eu errei. Talvez em muitas ocasiões, talvez em nenhuma, talvez esse plano utópico não fosse mesmo para mim.
Então, em alusão ao post anterior, intitulado "Vale a pena ter filho!", do caro inútil Petrvs, narrarei, em dois capítulos, a história do único filho do meu pai, a ser usada como referência do que não fazer com seu descendente e já deixando a sugestão estender-se a outros amigos grávidos ou pensando sobre o assunto paternidade.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Vale a pena ter filho!!!
Eu posso, de certa forma, me considerar uma pessoa felizarda, afinal estou "grávido" ou como dizem os mais antigos "agora tu vai entender tudo o que eu dizia".
Acontece que atualmente inúmeras razões me fazem analisar se realmente vale a pena ter filho, veremos algumas:
1°.: Tua mãe, sogra, sogro, pai, avô, avó, cachorro, galinha, o PTQ... querem que você tenha filho - é óbvio que eles querem e é tu que vai criar não eles!
2°.: É uma nova etapa da tua vida - Claro que ao invés de eu viajar para europa...
3°.: A casa fica cheia de vida - e sem espaço também, o que tinha passou para o bebê!
4°.: Ele será um amor de criança - sei... hum... videogame, apartamento, pouco espaço, será sim!!!
5°.: A escolinha é ótima para o bebê - AH sim claro, uma FDP sabe lá de que c* saiu, educará o teu filho, além de custar os olhos da cara.
6°.: A criança é calma, isso depende se você teve uma gestação tranquila - de que maneira, todos temos que trabalhar, a coitada da mulher não tem descanso nunca!!!!!
7°.: Tu como bom marido deverá ser compreensivo e paciente - hahaha, muito bom, essa é a minha parte, ou seja, fica quieto e colabora e claro que a culpa é tua, tu me deixou assim.
...
Existe mais algumas que no decorrer estarei postando, é que realmente eu tenho que ir, pois minha esposa quer ir ao cinema, e como já citei anteriormente (7°) vou indo.
Postado por Petrvs às 18:37 1 comentários
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Tragédia imprevisível [sic]
Este foi o título de uma matéria, publicada neste domingo pelo jornal Zero Hora, de Porto Alegre, RS, pertencente ao megagrupo sul-brasileiro de mídia RBS. Logo abaixo da headline, um "infográfico" (hmmm, adoro palavras inventadas por intelectualóides...), similar ao apresentado a seguir, explica ao leitor ignorante o que são e onde estão as fendas tectônicas deste ínfimo e inútil pedaço de rocha no qual habitamos.
Postado por 2x2 eh 4 às 08:05 0 comentários
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Os pecadores do direito
Ultimamente tenho escrito muitos posts inúteis sobre o tema "direito", o que pode vir a caracterizar uma tendência psicótica à repetição (cacuete ou TOC - transtorno obsessivo-compulsivo), ou apenas ser um resultado da influência de minha atual situação de inutilidade concurseira. Como todo bom intelectualóide teórico (a.k.a. inútil), me é de grande satisfação prolixamente tergiversar sobre assuntos que não domino totalmente - alguns, nem mesmo parcialmente -, proferindo meus impropérios neste espaço que nosso senhor deus-google desapegadamente nos propicia.
Ofereço minha reles opinião, no que toca à disciplina do direito, quanto a existência de três grandes pecadores que, aliados à vários outros elementos, resultam na baderna legislativa que vivenciamos:
1. O intelectualóide teórico
O teórico é aquela figura que, na falta de algo mais útil para fazer, preenche seu tempo criando jargão. Teorizar, no direito, entendo como o ato de:
- distorcer o significado tradicional (documentado em dicionário) de termos da língua, especialmente os mais obscuros e rebuscados, com propósito de redefinir coisas já bem definidas com terminologia acessível
- aplicar termos oriundos de outras línguas, com especial fixação necromaníaca por línguas mortas, em definições que já são perfeitamente claras com a utilização de termos simples no idioma nacional
- nomear invencionices, ou seja, criar expressões linguísticas para abstrair um conceito complexo/obscuro teorizado pela mente inútil
Nas entrelinhas, o objetivo final destes indivíduos é o de alimentar seus egos narcisistas e/ou segregar e monopolizar o direito (em detrimento ao objetivo primordial da justiça para todos), através desta pseudo-especialização (pois, de fato, não há especialização nenhuma, apenas aumento no tamanho e complexidade do jargão) que chega ao ponto de impossibilitar que laicos tenham a mínima noção dos acontecimentos jurídicos.
2. O normatizador-legislador-compulsivo-obsessivo
Esse é aquele membro do poder legislativo que, por problemas psíquicos, total falta de noção da realidade, de finanças, matemática ou estatística, ou por má intenção descarada, cria uma regra (lei) com duas linhas de texto, mais quarenta e oito adequações e dezesseis exceções, e, ainda por cima, de uma forma tão pouco clara que permite, pelo menos, umas sete interpretações. Como de praxe, ilustro com exemplo.
"É definido o imposto XXX que incidirá sobre o YYYY, devendo ser cobrado de todos, menos quem uma legislação regulamentadora ulterior determinar, obedecendo as alíquotas de
a. 10% para VVVV, se BBB > RRRR
b. 12,5% para TTTT, desde que TTTT não tenha pago o imposto EEEE no exercício anterior
c. 12,36666666% sobre 90% do lucro líquido para GGGG, se já não tiver incidido o disposto na alínea b.
d. 8,3% sobre o lucro presumido para DDDD, mais 2,5% sobre o dedutível do imposto KKKK, até um máximo de 9,5% do mesmo
a. JJJJ, se constituídos antes de 1957
b. todos os LLLLL
c. MMMM, desde que não declarem o imposto QQQQ ou seu faturamento bruto não ultrapasse 2.827,75 UFIRs
d. alínea revogada pelo parágrafo 5, alínea j da lei 2.293 / 99
Ora, qualquer um que tenha uma menor idéia de quanto quer arrecadar, qual é a base de arrecadação e um mínimo de lucidez, consegue chegar à conclusão que teria o mesmíssimo resultado (todavia alcançado de forma mais fácil) cobrar 10% de TODOS SEM EXCEÇÃO.
3. O "senhor-brecha", gerador infinito de jurisprudência
Devido às possibilidades de interpretação, graças ao explanado no item 2 acima, ou mesmo nos casos onde não há ambiguidade e o jurista quer apenas "fazer diferente", seja por burrice, puro exibicionismo ou em prol de vantagem própria, vão se criando tantas possibilidades de aplicação das leis quantas estrelas existem na galáxia. Isso ocasiona:
- o desgaste moral do sistema, já que se tende a criar uma interpretação para cada caso, saída da cabeça de cada juiz
- a deturpação do objetivo original da norma, conforme item anterior
- a lentidão do trâmite, pelas idas e vindas, voltas e reviravoltas
- o aumento de custos processuais, pelas mesmas razões imediatamente acima e, em última análise
- a impunidade
Finalizando, aos advogadinhos de plantão (ou outros inúteis em geral), peço por gentileza que vomitem ali nos comentários...
Postado por 2x2 eh 4 às 12:30 0 comentários