quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A solução da crise do Brazzzil

Embora eu ache que a crise "do momento", as "avaliações de risco" e os rankings dos grandes "players" da tal economia globalizada sejam subterfúgios artificiais para repetir a história e manter o status quo, vou usar como contra-exemplo (hmmmm, eu adoro exemplos) para fazer um comparativo o plano "New Deal", do Roosevelt (aquele, amigão do Vargas), criado para acabar com a Grande Depressão (a.k.a. Crise de 29) dos rabos gordos (nem tanto, à época) gringos americanos.

NEW DEAL
- Investimento maciço em obras públicas: US$ 4 bilhões (na época!!!) para obras públicas (construção de hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos, etc.);

- Destruição dos estoques de gêneros agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter a queda dos preços;

- Controle sobre os preços e a produçao, para evitar a superprodução na agricultura e na indústria;

- Diminuição da jornada de trabalho, com o objetivo de abrir novos postos, fixação do salário mínimo, criação do o seguro-desemprego e da previdência (seguro-velhice, conforme nome dado por eles) para os maiores de 65 anos).

BRAZZZILIAN DEAL
- Terminar com a invasão do Estado nos assuntos que não lhe dizem respeito. Vender usinas, bancos, petrolíferas, agências de pesquisa, universidades, correios e tudo mais que não diga respeito ao objetivo fundamental do Estado: controlar as fronteiras, prover serviços básicos e gratuitos e cuidar para que a ralé se mantenha unida, alimentada e trabalhando. Com um Estado mais enxuto, não precisaremos pagar tantos impostos e, com esse dinheiro todo na economia, viramos uma superpotência em "no time";

- Incentivar a agricultura e a criação de estoque regulador através de forte política protecionista, dando subsídios para o setor primário, baixando impostos sobre a produção e aumentando impostos sobre a exportação de gêneros alimentícios e matérias primas de uso industrial em geral. O começo de tudo, para ser superpotência, é ter muita matéria prima (pra depois poder usar);

- Reduzir impostos e incentivar a produção agrária e industrial, usando o excesso produtivo para turbinar as exportações. Depois de ser uma superpotência "pra dentro", chega a hora de ser superpotência "pra fora" enfiando nossas sobras de produtos (isso mesmo, SOBRAS, primeiro vamo encher as panças, os bolsos e as casas dos conterrâneos) na tal economia globalizada;

- Acabar com a previdência social (daqui para frente), desonerando empresário e empregado dessa carga absurda, permitindo que cada um ofereça ou contrate sua própria previdência privada, deixando "o mercado" precificar pela boa e velha concorrência. Não há que se preocupar com forçar criação (artificial, que não perdura) de emprego, desde que se tenha claramente a meta de ser superpotência, pois produzindo muito, além do emprego, óbvio, na produção, também criam-se muitas vagas no setor de serviços.

E, finalmente, não se preocupar com o que falam de nóis aqui embaixo. Cagar para as tais entendidas "agências classificadoras de risco". Cagar para a Europa. Cagar para a China. Cagar para os gringos e o FMI. Cagar para o planeta! Não precisamos de vocês. Nós também somos um continente! Bamo começar a se portar como tal!

Peculiaridades do emprego público

Agora que estou do lado de cá, embora ainda não onde queria, mas apenas como um mero funcionariozinho CLT de quinta categoria de uma empresa pública, vou listar algumas das peculiares características do emprego e do empregado público deste meu brazzzil varonil.
- Dos lugares nos quais trabalhei, é onde tem mais gente burra. Gente burra ao ponto de não entender piada, de não ter senso de humor. E burrice não depende de educação, nem de canudos. Burro é burro e não tem conserto.
- É uma creche de crianças mimadas, de 5 anos de idade mental, onde acontecem coisas do tipo: alguém botar um jaquetão e levantar a gola no pescoço, num calor de 27 graus, até ficar roxo de suor, só porque o outro disse que não é normal um ser humano sentir frio em temperaturas acima dos 22 graus.
- O gerente de projeto não faz reunião nunca, só pra não ouvir as verdades dos raros que tem coragem de falar.
- Metade das pessoas de um setor de tecnologia são"chefes", ou seja, estão grudados no saco de um outro qualquer acima deles em troca de uma "funçãozinha".
- Ser mandado pra uma merda de cidade a 2 mil km de casa, por um mês, recebendo esmolas de diária, pra fazer 5 cursos absolutamente inúteis e que poderiam perfeitamente ser ministrados à distância.
- Ganhar o pior salário da área, dentre todas as empresas públicas.
- Ser "representado" por um sindicato de chinelos ignorantes da categoria mais baixa de trabalhadores da empresa.
- Ser aprovado num concurso público com alto nível de exigência, pra trabalhar com salário menor do que todos os outros que nem de longe cumprem tais exigências e ainda ter que ouvir que "isso foi apenas um erro do edital".
- Ganhar 220 píla de diária (esmola) pra viver um mês, em hotel, na cidade mais cara do país (sendo avisado disso 3 dias antes) e, na volta, ouvir do tal gerente "mas tu pegou carro??!?!", "mas tu só ia em lugar vip!!" e "nesse caso, tu tem que te adaptar..."

... muito mais, em breve...