segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

A tia do cafezinho

Depois de um criterioso processo de recrutamento com entrevistas, testes e dinâmicas de grupo, uma grande empresa contratou um grupo de canibais para fazer parte de sua equipe.
"Agora vocês fazem parte de uma grande equipe" - disse o Diretor de RH, durante a cerimônia de boas vindas.
"Vocês vão desfrutar de todos os benefícios da empresa. Por exemplo, podem ir à lanchonete da empresa quando quiserem para comer alguma coisa. Só peço que não comam os outros empregados, por favor!"

Quatro semanas mais tarde, o chefe os chamou:
"Vocês estão trabalhando duro e eu estou satisfeito. Mas a mulher que serve o cafezinho desapareceu. Algum de vocês sabe o que pode ter acontecido?"
Todos os canibais negaram com a cabeça. Depois que o chefe foi embora, o líder canibal pergunta a eles:
"Quem foi o idiota que comeu a mulher que servia o cafezinho?"
Um deles, timidamente, ergue a mão.
O líder prontamente retruca:
"Mas tu és um asno, mesmo! Nos estamos aqui, com essa tremenda oportunidade nas mãos. Estamos comendo gerentes há quatro semanas sem ninguém perceber nada. E poderíamos continuar ainda por um bom tempo. Mas não... Você tinha de estragar tudo e comer uma pessoa que faz falta!"

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

Incompetência ou azar?

Já de início vou elimiar a segunda alternativa porque, como bom ateu praticante, não acredito em mau olhado, espinhela caída, olho gordo, aura carregada, tranca-rua, espírito de porco, gnomos, elfos, duendes, outras entidades zombeteiras e coisinhas do gênero.
Tratemos então da primeira proposta: incompetência. Incompetência generalizada é o que tenho encontrado nas minhas andanças por este planeta. Incompetência institucionalizada. Incompetência total e irrestrita.

Pois bem, o caro leitor pode estar achando que estou exagerando, subestimando a competência alheia em prol, quiçá, de auto-promoção ou falta de modéstia. Não é o caso. Não falarei aqui das minhas atividades e realizações, apenas citarei breves exemplos REAIS que têm ocorrido comigo e com os que me são próximos, nos últimos tempos.

Exemplo 1 - Serviços de saúde

Esse é um exemplo clássico. Todos já presenciaram ou sabem de algum caso próximo de inépcia e/ou imperícia de profissionais (?) da área da saúde. Nos últimos tempos posso destacar:

  • Dentistas: por causa de um siso cariado, passei por quatro deles, até resolver o problema. Dentre vários erros, um queria extrair o dente, outro errou a avaliação e o canal já estava afetado pela cárie, outro errou a mira da anestesia ao fazer o tratamento do canal e fiquei temporariamente com voz de pato Donald, outro ainda fez a restauração mas o material utilizado quebrou em uma semana, tendo que refazê-la.

  • Atendimento de emergência: curiosamente, a mãe deste último dentista veio a falecer um dia depois de ser atendida e liberada numa emergência (eu cito nomes: Hospital Moinhos de Vento). Ainda não sabem do que ela morreu.

  • Médicos: um colega de ex-empresa teve tendinite (graças à incompetência dos responsáveis pela ergonomia da empresa os programadores não tem cadeiras com apoio de braço) e foi ao médico. Este prontamente lhe receitou um antiinflamatório extremamente agressivo ao estômago, tendo plena consciência da úlcera gástrica ativa que o paciente tinha. Resultado? Sangramento estomacal.

Exemplo 2 - Colegas de ex-empresa

Pedi demissão no início do mês passado e cumpri todo o aviso prévio sem dispensa. Ninguém foi contratado para meu espaço vago. Até aí tudo bem, afinal sou um inútil. O detalhe é que agora começaram a me ligar pra saber onde tá isso?, como ficou aquilo?, pra quem tu passou aquilo outro?... Ainda não atingi o nível de irritação suficiente para mandar alguém longe, mas tenho usado a tática da minha bateria está acabando!!! seguida pelo botão OFF do celular.

Exemplo 3 - Serviços de mecânica

Fui fazer um serviço de rotina no meu auto, de uma simplicidade absurda. Ficou um dia na oficina pra fazer o tal serviço. Mais um dia pra refazer a merda que fizeram. Mais uma manhã pra botar em ordem o que foi desarrumado pela merda ao quadrado que fizeram. Querem nomes? Brondani Auto Center, na Azenha, Porto Alegre - RS.

Exemplo 4 - Serviços fotográficos

Precisei de fotos 3x4 para documentos. Tirei as fotos e pedi urgência, mesmo assim só poderia buscá-las no final do dia seguinte. Chegando lá na hora determinada, não estavam prontas as fotos. Mais dois dias passaram e ainda não estão prontas.

Exemplo 5 - Serviços públicos

Decidi não citar este exemplo pois teria que usar mais texto do que contém a Enciclopédia Britânica. Mas, de forma brevíssima: descumprimento de prazos na entrega de documentos, cobrança indevida de multas em documentos já pagos, falta de assistência em serviços importantes, ausência de retorno em solicitações pendentes, etc.

Não pretendo também desenvolver teses sobre os porquês dessa incompetência institucionalizada, mas reservo-me o direito de um breve comentário. Na minha inútil opinião, os fatores determinantes da incompetência são (não respeitando nenhuma ordem, mesmo porque a ordenação desses fatores daria margem ao desenvolvimento de mais teses):

  • Baixo salário;

  • Falta de valorização das características profissionais individuais, ocasionando mau posicionamento na estrutura organizacional da empresa;

  • Falta de condições (ferramentas ou informações) adequadas de trabalho: como no item anterior, geralmente provocada por inépcia de chefes/gerentes;

  • Total falta de interesse pelo trabalho executado, sendo somente um ganha-pão-paga-contas;

  • Burrice: existem pessoas que mesmo com ótimos salários e com todas as ferramentas necessárias ao bom desenvolvimento de suas tarefas, não as fazem com qualidade por pura e simples burrice. Darwin explica;

  • Funcionários públicos: todas as anteriores (mesmo assim, continuo fazendo um concursinho aqui, um concursinho ali, quando aparecem... Afinal, quem não quer uma boquinha dessas?)

Se algum dos caríssimos leitores discordar ou quiser expor suas razões, por favor usem os comentários ou o e-mail da SIC. Somos eternamente gratos aos nossos milhares de leitors por suas opiniões sempre tão importantes e embasadas.
Se alguém ainda acreditar somente na segunda proposta do título deste post, pode mandar o endereço de alguma benzedeira forte.

domingo, 9 de janeiro de 2005

Almanacão de Férias da SIC

Que tal aproveitar o periodo de ócio para pôr as historinhas bizarras em dia? Pois então, eis uma que me aconteceu. Acho que eu já tinha feito um comentário aqui a respeito, mas o desfecho eu não contei.

Foi uma vez que um cara estragou boa parte de um projeto que estavamos desenvolvendo quando resolveu terminar o serviço em casa, de madrugada. E o legal é que o cara não viria trabalhar na manhã seguinte. O fantasma da minha guia-mestra-guru Judith Meir apareceu para mim naquele dia, me lembrando que não se deve levar trabalho para casa. Mas, infelizmente, só eu vejo fantasmas, como vocês constataram no conto de natal. Bom, eu e uma outra colega batemos cabeça a manhã inteira para desentortar o sistema, que tinha de estar 100% até o meio-dia. Conseguimos limpar a casa em cima da hora. E óbvio, depois eu nem pude dar um esporro no cara pelo que ele fez, porque ele é "sensível" e é um dos queridinhos da empresa.

Tudo muito bom, tudo muito bem, e o tempo passou. Então, dia desses, o meu querido colega estava contando a história acima para outro cara. E eu liguei as anteninhas para ouvir a versão dele:

- Bah, aquela vez eu fui mexer no XXX em casa de madrugada, daí o Overman e a Fulana foram testar de manhã e tava tudo errado. Eu devia estar totalmente grogue na hora, iac, iac, iac (<- risada do Pateta).

Será que ele ia ter um surto de humildade? Era pedir muito. Ele continuou:

- Mas aí eles conseguiram reverter para a versão anterior e então EU cheguei depois e arrumei tudo.

Coisa querida o cidadão, não?

Ok, a historinha não foi grande coisa. Mas aguardem, em breve sairão os incríveis Passatempos do Almanacão de Férias da SIC:

- Jogo dos 7 erros: descubra as diferenças entre dois curriculos quase iguais, mas com salários diferentes;
- Labirinto: ajude o consultor de RH a sair do labirinto. E afundar no poço sem fundo;
- Decifre o código: tente decifrar os e-mails da diretoria da empresa;
- Colorir: pinte a cara do seu chefe de rosa-choque.


Tá, acho que vou tentar pegar uma praia...

Relatório das férias

Quase uma semana de férias e acho que vou sobreviver. O único incoveniente é a temperatura. Será que eu não podia ter dado mais azar do que escolher o período mais quente do ano para tirar férias? No momento em que eu digito estas palavras uma "lua" de, sei lá, uns 400º queima lá fora. Vou ter que economizar no post inclusive, senão eu desidrato. E nem pensem em me mandar para alguma praia, pois eu odeio este habitat natural dos seres apreciadores de farofa.

Mas tudo bem, não estou reclamando. Ainda. Férias no verão é isso mesmo: minisaias, sorvete de morango, calorão de janeiro, decotes, ventilador ligado o dia inteiro, mais minisaias, sessão de férias na t.v., reprise do Jô Soares, Almanacão de Férias da Mônica, etc. Aliás, por falar em Almanacão, acho que tive uma idéia...

domingo, 2 de janeiro de 2005

Como ganhar todas

Cansado de perder todas as discussões com o seu chefe ou com colegas incompetentes? Cansado de ficar mostrando as coisas óbvias e verdadeiras como argumento e mesmo assim sempre perder a parada? Pois seus problemas se acabaram-se!!

Roubado do NoMimino:

Algumas regras para vencer discussões:

1. Convença o público, não seu oponente
2. Insira a teoria de seu oponente numa categoria odiosa qualquer.
3. Escolha metáforas favoráveis à sua posição.

No total, são 38 truques listados em 'A arte de estar sempre certo' de Arthur Schopenhauer. A conclusão, naturalmente, é que discussões raramente tem a ver com chegar à verdade; seu objetivo é a vitória.


Compre aqui o livro, em português. Um trecho da resenha da Livraria Cultura:

Arthur Schopenhauer (1788-1860) deixou inconcluso este livro breve e perturbador com que desmascara os esquemas da argumentação maliciosa e falsa. Por mais de um século a 'Dialética Erística' ficou praticamente ignorada, até que o renascimento dos estudos sobre retórica e persuasão viesse tirá-la do esquecimento, mostrando seu potencial explosivo.

Para os iletrados, Schopenhauer não é nenhum escritor de livros de auto-ajuda. É "apenas" um dos maiores filosofos da história, influente até hoje.

Como eu sempre digo, carisma e boa retórica são o melhor disfarce para a incompetência.

Enfim, férias

Então meus caros inúteis, já contei pra vocês que em janeiro eu entro em férias? Já? Pois é. Janeiro tá aí e amanhã (segunda-feira) começam oficialmente as primeiras férias remuneradas da minha vida. Vinte dias coçando. Até que é interessante isso, afinal, os caras te pagam pra não fazer nada. Apesar que os funcionários públicos fazem isso o ano inteiro, mas enfim.

Mas como bom inútil, não vou viajar nem nada, fora aquela visita tradicional à casa da mãe, antes que ela esqueça da minha cara. O bom inútil aproveita as férias para fazer aquelas coisas que ele não consegue fazer enquanto está trabalhando, como a faxina na casa, pôr a leitura em dia, dormir, tomar banho, etc. Ou homologar a dissertação de mestrado, que é mais o meu caso. Também espero não sentir falta do trabalho, senão eu saio das férias direto para um hospício.

Então é isso. Tentarei postar mais seguido durante o período de coçamento de saco. Ou não.

sábado, 1 de janeiro de 2005

Mais um texto inútil

Para quem interessar possa, juntei as partes do conto de natal num arquivo só. Tá ali do lado, nos "Textos Inúteis".