sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Inconcebível", mas ideal...

Estudando minhas "generalidades", me deparei com uma pérola, de autoria de um dos gênios da administração pública, que vale a pena transcrever (e comentar, obviamente):

"Plano Plurianual (PPA)
De duração de 4 anos, o PPA estabelece, de  forma regionalizada, as Diretrizes, Objetivos  e Metas  (DOM) para  as despesas de  capital  e outras  delas  decorrentes  e  para  as  relativas  aos  programas  de
duração continuada. O PPA deve ser enviado ao Congresso Nacional até  o  dia  31/08,  sendo  devolvido  até  o  dia  22/12  para  sanção presidencial.
Sua  vigência  não  se  confunde  com  o  mandato  do  Chefe  do  Poder Executivo. A explicação é bem simples. Se acompanhasse o mandato, o  PPA  teria  que  ser  enviado  por  um  candidato  para  poder  viger  no primeiro ano do seu governo. Isso é inconcebível. Além disso, a idéia é garantir a continuidade dos projetos."

Ora, caríssimo autor intelectualóide, na minha inútil visão, qualquer um que dê um mínimo de tutano para o assunto e prime pela boa e velha lógica, deve chegar a uma conclusão muito parecida com a deste inútil que vos bloga.
O PPA devia ser requisito obrigatório pelos candidados à presidência e registrado no TSE e no TCU, pelas simples e lógicas razões:
1) A pífia minoria da escumalha que se importa em quem vota, deveria saber o que seu candidato vai fazer.
2) Um plano registrado, ao contrário de promessas eleitoreiras televisivas vazias, pode ser efetivamente cobrado.
3) É um jeito adequado de gastar uma pequena parte dos milhões de reais que hoje só são investidos em ações marketeiras numa campanha.
4) Obrigaria o candidado, ou pelo menos a equipe dele, a saber o que está acontecendo de verdade nesta republiqueta, investigando o PPA do governante atual e suas partes eficientes e deficientes.
5) Limitaria o eleito quanto às suas loucas pretensões de gastos ou economias. Como exemplo recente, o tal corte de 50 bilhões no orçamento que a Dilma está querendo.
6) Reforça a posição de oposição/situação, em comparação ao que o governo corrente está fazendo/pregando, já que o novo governante não precisa "dizer amém" por um ano inteiro ao PPA do anterior.
7) Afirma a posição do parlamento eleito no mesmo pleito, junto com o presidente, visto que o plano deveria ser submetido à aprovação do Congresso, no início do novo mandado, para ter efeito de lei.

Mas... sinceramente... conhecendo a nossa realidade política, viajei para o mundoperfeito.com.br não é mesmo?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

It's NOT (rocket) science

Embora a quase totalidade de pessoas que conheço discorde, a minha reles opinião, enquanto tecnólogo, sempre foi a de traçar linhas divisórias claras entre ciência, generalidades, artes e inutilidades. Como de costume nesse inútil blog, não podem faltar definições e exemplos:

- CIÊNCIA: Áreas do conhecimento humano que produzem resultado prático, baseado na observação, na invenção, na permanência temporal e na lógica incontestável. Requer concentração, concisão, dedicação, treinamento, insistência e inteligência.
Exemplos: a invenção do telefone, a formulação da teoria da gravidade, a viagem espacial, a escrita de um sistema operacional, a observação da evolução das espécies.

- GENERALIDADES: Áreas do conhecimento humano que produzem resultado teórico, baseado no próprio conhecimento humano abstrato, temporal e pessoal. Requer subjetividade, percepção e interpretação da realidade e prolixidade.
Exemplos: teorias de administração de pessoas, teorias do direito, vertentes políticas, previsões, análises de tendências e outras metologias relacionadas, padrões éticos comportamentais.

- ARTES: Áreas do conhecimento humano que produzem resultado prático, baseado no próprio conhecimento humano abstrato e pessoal. Requer percepção, estética, criatividade e introspecção.
Exemplos: música, pintura, escultura, dança, teatro, cinema, poesia, literatura de ficção.

- INUTILIDADES: Áreas do conhecimento humano que não produzem resultados tangíveis - nem práticos úteis, nem teóricos válidos. Requer ociosidade, esperteza e senso de oportunidade.
Exemplos: religiões, doutrinas, filosofias.

Mas onde este inútil quer chegar com isto? Nos próximos posts "estarei tergiversando" sobre alguns assuntos na minha atual área de estudo - a de Generalidades -, portanto fiz questão de esclarecer como defino a classificação das grandes áreas do conhecimento humano. Notem que, bem aqui, temos mais um exemplo das generalidades, pois cada um pode estabelecer sua própria classificação.