sábado, 27 de novembro de 2010

Os piores motoristas do mundo

Inspirado por um tal seriadinho reality enlatado lá dos rabos gordos americanos, intitulado "Americas Worst Driver", e como bom inútil que sou, decidi fazer um ranking dos piores motoristas do mundo, baseado única e exclusivamente nas minhas próprias andanças por este mísero planetinha que bóia na sopa de um vogon num restaurante no fim do universo. Ops... divagações nerdmáticas... Vamos ao ranking:

1o. lugar: Argentinos
Disparados os piores motoristas do mundo. São mal educados, apressadinhos, manetas, xingões, donos do universo, enfim, argentinos...

2o. lugar: Gaúchos
Perdem por muito pouco para os argentinos, pois têm os mesmos comportamentos. E nunca estão errados. E não tenta trocar de pista na frente dum gaúcho porque, pra ele, isso é pior ofensa que xingar a mãe.

3o. lugar: Uruguaios
Apenas mais uma das infindáveis semelhanças com seus vizinhos desta nação sem personalidade. E também é o lugar onde mais se vê gente dirigindo sucatas que não servem nem pra desmanche.

4o. lugar: Catarinenses
Além de metidos a machinho, são os vencedores disparado no quesito "manetas". Nunca sinalizam nada, não conhecem o conceito "retrovisor" e pensam que todos seus carros tem 10m de comprimento.

5o. lugar: Paulistas
Pressa! Pressa!! Muita pressa! Correm feito loucos em qualquer espacinho, para serem os primeiros a chegar no congestionamento e poder passar as próximas horas trancados e estressados.

6o. lugar: Italianos
O que acontece se estraga a buzina do carro de um italiano? Abandona o carro e sai a pé. Pra eles, esse acessório é mais importante que o motor. Buzinam pra absolutamente tudo e todos. E, ainda por cima, muitos buzinam e xingam.

Agora, só os 3 melhores, pra não dizerem que só meto o pau...

1o. lugar: Alemães
Respeitam as leis de trânsito e têm as autobahns. Qualquer povo que tenha auto-estradas sem limite de velocidade sabe o que tá fazendo atrás do volante...

2o. lugar: Franceses
Respeitam tanto as leis de trânsito ao ponto de serem desagradáveis. E se tu faz uma simples cagadinha, eles se dão ao trabalho de parar no "seu puliça" mais próximo e te dedurar!

3o. lugar: Brasilienses
É incrivelmente fácil dirigir na terra dos candangos. Respeitam as leis de trânsito e são educados, sinalizam, não aceleram de propósito quando tu precisa trocar de pista, cuidam os pedestres. Só não são muito amigos dos espelhos e as ruas lá tem pardais a cada 300m, de 50 e 60km/h intercalados, só pra complicar.

sábado, 21 de agosto de 2010

Votar direito é impossível

Como bom inútil que sou, hoje me prestei a gastar meu inútil tempo e entrar na página do TSE para começar minha busca por candidatos, tentando obter informações pessoais e políticas sobre os referidos. Tamanha minha frustração ao chegar à conclusão que, nesta republiqueta, votar direito é impossível. Seguem minhas razões, cujo embasamento se dá exclusivamente pela minha própria experiência, portanto nem perca tempo tentando contestar dados ou informações:

- 99% dos candidatos não tem página, blog, tuíter, facebook, orgurt, ou nenhum outro meio internético de comunicação. Isso é ridículo, tanto por ser um meio muito óbvio, principalmente para os jovens, quanto barato, especialmente para aqueles que já previram orçamentos razoavelmente altos para campanha.

- A imensa maioria dos candidatos, dos quais se consegue alguma informação na inter-rede, não é claro sobre suas propostas, preferindo os chavões às proposições concretas. Exemplos? Claro, claro... "Moralização da política", "desenvolvimento da região", "dar um basta à roubalheira", "assistência aos aposentados", "democratização", et cætera.

- 50% dos sites dos partidos não têm informações decentes (úteis, políticas, exatas, comprováveis, pormenorizadas) sobre os seus candidatos.

- O site do TSE é bastante extenso em dados, mas as tais "informações estatísticas" dos candidatos não permitem muitas opções de pesquisa (que são ao mesmo tempo úteis e simples de oferecer, pois já se têm os dados).

-  A imprensa só divulga quem a ela interessa (ou intere$$a, como preferir). Portanto, não adianta basear o voto "em quem tá na mídia".

- A grande maioria dos candidatos OMITE DESCARADAMENTE suas posses para o TSE. Ora, podem me condenar por chamar alguém de MENTIROSO, mas não sou BURRO ou INGÊNUO para acreditar que uma pessoa que declare ter uma casa financiada (metade no nome do cônjuge), um carro popular velho e uma conta de R$ 5.000,oo, vá ter à sua bel disposição DOIS MILHÕES para torrar na campanha.

- A quase totalidade dos candidatos DISTORCE DESCARADAMENTE suas ocupações para o TSE. Ora, eu NÃO ACEITO que alguém se diga "administrador" ou "jornalista" enquanto sua formação é "ensino médio incompleto"; não me importa se essas profissões são regulamentadas ou não.

- Ao que me parece, muitos candidados não dão a importância devida aos ideais do partido ao qual são filiados e aos reflexos disso sobre seu eleitorado. Eu, enquanto ser pensante, tenho minhas opiniões, conceitos e mesmo alguns preconceitos. Por exemplo, não voto em candidatos de algum partido que tenha "Cristão" no nome, já que sou ateu desde 1989, e, ao mesmo tempo, não voto em ninguém que venha de siglas ou coligações que usem o termo "Comunista", pois penso que esse sistema nunca funcionou - pelo menos assim a história me comprova.

- Os geniais marqueteiros deveriam direcionar melhor seus esforços de publicidade (conforme o público alvo do candidado, claro) e focar em divulgar seus feitos, ao invés de simplesmente exaltá-lo, santificá-lo. Como eu não conheço pessoalmente nenhum candidato, não posso validar suas qualidades nem imputar seus defeitos, apenas formar uma opinião através do dados que consigo ter acesso. Portanto, se eu não encontro informação minimamente útil sobre alguém, não voto.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A velha e boa lógica
continuação do post Perguntas / perguntinhas

Concordando com a opinião e em agradecimento ao meu leitor Monsieur Fixxxer, único que se prestou a responder, segue o post relativo às questões anteriormente propostas.

Pois bem, postei aquelas perguntas, às quais suspeito que a ampla maioria das pessoas pensantes responderia de maneira muito similar, apenas para mostrar mais uma das absurdas facetas desta nossa republiqueta, pátria amada, idolatrada, o meu Brazzzil varonil. Apenas como complemento narcisista, incluo citação de minha própria autoria: "Aqui, nesse país, absolutamente tudo tá errado. Sem exceções." [2x2eh4, 2003].
No que toca ao processo seletivo para contratação de servidores públicos, as eminentes e respeitáveis comissões organizadoras de concursos, em geral, adotam como regra exatamente o contrário do senso comum, da lógica e da unanimidade. Como eu amo exemplos, descrevo, fazendo referência às perguntas, o atual formato de processo seletivo seguido pelo CESPE (Centro de Seleção e Promoção de Eventos, instituto vinculado à UnB), nos certames por si organizados:

1) a)
Como "a moda não incomoda" e agora ABSOLUTAMENTE TODAS as banquinhas concursíficas decidiram aplicar questões dissertativas em ABSOLUTAMENTE TODAS as provas para quaisquer que sejam os cargos, não poderia o CESPE ser diferente e adotar uma postura minimamente lógica na correção de tais.
De acordo com as regras de correção das questões dissertativas, prolixa e ambiguamente especificadas em seu próprio site, o CESPE adota o método "se ninguém atinge exatamente o patamar literato por nós exigido, ninguém aprova". Como exemplo do exemplo temos o concurso anterior do TCU (em 2009), no qual foram "aprovados" pelo CESPE candidatos em quantia igual à metade do número de vagas disponíveis.

Resumindo, ao invés de contratar os X menos piores, o nosso governo prefere não ter o serviço feito.

2) a)
Os senhores professores do CESPE, em uma manobra genialmente ridícula, de algum tempo para cá também decidiram adotar a regra de "uma questão que o candidato erra, anula uma de suas respostas certas" na correção das provas objetivas, tradicionalmente formadas unicamente por questões do tipo "certo ou errado", onde já era regra a inclusão descabida de "pegadinhas linguísticas" no claro intuito de induzir ao erro o inútil concurseiro-estressado-fudido-cansado-de-estudar-idiotices-que-não-tem-nada-a-ver-com-seu-cargo. Em decorrência disso, o candidado não pode tentar responder uma questão sem ter em mente a punição resultante de eventual erro.
Na minha inútil interpretação, isso é o mesmo absurdo que adotar como verdade absoluta o fato (por exemplo), para um cara que é especialista em mecânica quântica, que ele instantâneamente passa a desconhecer uma lei básica da Relatividade de Einstein, única e exclusivamente por ele não saber o funcionamento da embreagem de um carro, útil só na mecânica de automóveis.

Então, em menção à questão original, o nosso governo prefere alguém que ficque de braços cruzados, assistindo ao incêndio, àquele que tenta, mesmo que sem muito sucesso, salvar alguma coisa.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Perguntas / perguntinhas

Tá, eu sei que ninguém lê esta merda, mas, de qualquer forma, antes de escrever sobre um assunto, quero propor duas perguntinhas...

1) Considerando que tu vai contratar alguém para fazer alguma coisa para ti (que tu não pode fazer) e que várias pessoas se prontificaram, mas nenhuma é capaz de atingir o teu nível de exigência para a tarefa, o que tu faz?
a) Não contrata ninguém e fica sem fazer o que tu precisa
b) Contrata o menos ruim, aceita as limitações do cara e até tenta dar uma ajuda, mas pelo menos o serviço fica feito

2) Considerando que tu já contratou alguém para fazer alguma coisa para ti, mas surge uma urgência (que tu não pode atender e o contratado não sabe resolver), tu prefere que esse cara
a) Não faça porra nenhuma, fique de braços cruzados olhando o incêndio
b) Tente fazer alguma coisa, mesmo que dê errado

Leitores, se vocês existirem (duvideodó), postem comentários acerca...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lei do Concurso e do Cargo Público

Embora nesta republiqueta das bananas, pátria amada, idolatrada, o meu Brazzzil varonil haja lei para praticamente TUDO, sempre me causou estranheza a falta de normatização desse tema tão fundamental para o serviço público. Pelo menos neste post, não vou discutir os porquês (junto e com circunflexo) de tal vazio legal; somente propor minha listinha de regras utópicas do mundoperfeito para disciplinar desde a criação dos cargos, passando pelo certame em si e indo até o estatuto do servidor público.

1. A CRIAÇÃO DO CARGO PÚBLICO

- Proibição por lei da criação de cargos (que, por sua vez, devem estar previstos na Lei Orçamentária Anual) no último ano do mandato dos cargos eletivos do poder ao qual o órgão se submete. Por exemplo, não se podem criar cargos no Ministério de Minas e Energia no último ano do mandato do Presidente da República. O intuito desta norma é o de inibir a politicagem com criação de cargos em ano eleitoral e, também, evitar a passagem do problema do estouro das contas com pessoal para a próxima gestão.

- Criação de uma lista, específica e sem exceções, de atividades que possam ser contratadas de forma terceirizada, obedecendo somente as regras da 8.666 (lei das licitações e contratos). Nesta lista só devem conter atividades explicitamente desconexas com o negócio público, como, por exemplo, limpeza e conservação, segurança e vigilância, transporte, gráfica, fornecimento de suprimentos de consumo. Importantíssimo excluir em definitivo, dessa possibidade, todo o serviço de TI invariavelmente necessário à prestação do serviço público. Por exemplo, o SERPRO precisa ser tornado ÓRGÃO PÚBLICO, contratar pessoas exclusivamente estatutárias (terminar com CLT, subcontratados e temporários) e através da "lei do concurso", visto que a Receita Federal NÃO FUNCIONA sem os softwares e serviços providos pelo tal. Mais um exemplo: absolutamente nenhum órgão, nos dias atuais, consegue prover atendimento público sem uma rede de computadores em pleno funcionamento.

- Definição clara de um conjunto de possibilidades para contratação "temporária" e extinção, de uma vez por todas, com o conceito de "cargo em comissão", exonerando os ocupantes atuais. As possibilidades de contratação temporária devem estar restritas a situações normalmente imprevisíveis, como catástrofes, ou notadamente temporárias, como eleições, e temporalmente limitadas ao atendimento destas.

- Extinção dos estagiários no serviço público. Se a necessidade de pessoal é comprovadamente temporária, visto que o contrato de estágio tem data para terminar, contrata-se como temporário.

2. AS REGRAS DOS CONCURSOS

- Eliminação da regra estúpida e inútil que proíbe somente nomeações nos seis meses em torno das eleições. Ora, se o cargo foi criado de forma lícita e o processo seletivo foi concluído, não faz a menor diferença de quem é a assinatura no documento da posse do servidor.

- Extinção dos concursos para "formação de cadastro reserva". Conforme post anterior, a boa lógica diz que se há motivo para justificar o processo seletivo, então devem haver selecionados a contratar.

- Homologar exclusivamente comissões ligadas às instituições públicas de ensino como organizadoras de concursos, como, por exemplo, CESPE, FAURGS e ESAF, respeitando suas áreas de especialidade e localização geográfica. Com isso acaba o oba-oba do favorecimento, das contratações de incompetentes absolutos e os problemas legais e financeiras decorrentes.

- Tabelamento de tarifas por nível de exigência das provas de forma a tão somente cobrir os custos de confecção/divulgação, impossibilitando a intenção arrecadatória do processo e ampliando o acesso de participantes. Concurso público é um processo de seleção de pessoal e, como tal, deve ter proibição legal contra seu uso como forma de arrecadação pelo Estado. Um exemplo de taxas justas: R$5,00 para provas de nível fundamental, R$10,00 para provas de nível médio, R$15,00 para provas de nível técnico, R$20,00 para provas de nível tecnólogo, R$25,00 para provas de nível superior.

- Extinção de todo o tipo de diferenciação na avaliação ou reserva de vagas. O cargo no serviço público não pode e não deve servir como meio de prestar assistência social a determinados grupos populacionais.

- Normalização das regras de avaliação, evitando excessos (para muito ou para pouco) nas exigências de conhecimentos para cada cargo. Como exemplos, um "Desenvolvedor de Software" NÃO PODE ser cobrado por conhecimentos em Segurança de Redes, da mesma forma que um "Analista de Suporte Técnico" NÃO TEM QUE SABER gerenciar projetos com PMBOK 4.

- Criação de uma classificação única para avaliação das titulações, através de pesos baseados na importância do título em relação ao cargo. Por exemplo, o peso de uma certa titulação Cisco para um cargo de "Analista de Redes" é 2, enquanto para um cargo de "Desenvolvedor WEB" pode ser 0,2.

- Quantificação populacional mínima para as cidades onde serão realizadas as provas dos concursos em nível estadual e nacional, com o objetivo de facilitar e democratizar o acesso do candidato ao cargo. Desta forma, por exemplo, todas as cidades com mais de 150 mil habitantes obrigatoriamente sediam provas para concursos de órgãos da União e as com mais de 50 mil habitantes sediam provas de órgãos no próprio Estado. Além disso se deve tornar obrigatória a realização de provas nas mesmas cidades para as quais existam vagas.

3. O ESTATUTO DO SERVIDOR

- Indexação única nacional para correção de todas as tarifas e contratos, em todas as esferas dos poderes do governo, e aplicação deste índice também no reajuste anual dos servidores. Isso acaba com a inútil complicação matemática provocada pelas dezenas de índices atuais e suas minúcias de cálculo. Por exemplo, o IGP-M pode ser adotado para correção justa e anual de TODAS as obrigações entre cidadãos e governo, em ambas as direções.

- Classificação dos cargos e fixação da remuneração para cada um, indiferente do poder/órgão/estado. Para isso já existe uma solução pronta, que é a lista de profissões e sub-atividades utilizada pela Receita Federal no Imposto de Renda, bastando apenas tornar oficial e obrigatória sua adoção. O resultado é a justa unificação de rendimentos e a normalização de responsabilidades de cada cargo, facilitando imensamente o gerenciamento de pessoal. Por exemplo, um Auditor Fiscal do TCU participa de processo seletivo idêntico, recebe exatamente o mesmo e tem responsabilidades iguais as de um Auditor Fiscal do TCE.

- Partindo da classificação uniforme dos cargos, definir uma política de plano de carreira sólida, coerente e baseada em avaliações de desempenho. Tais avaliações devem ser realizadas regularmente, por um departamento específico e centralizado de desenvolvimento de RH, com abrangência sobre todo funcionalismo de um determinado órgão (ou mais de um, se a similaridade de objetivos justificar) e desvinculado hierárquicamente dos servidores.

- Adoção uniforme de um índice de premiação por permanência no serviço público, focando a valorização do servidor ao longo do tempo. Por exemplo, pode-se utilizar um multiplicador sobre o salário a cada 5 anos, uma extensão de férias a cada 3 anos ou alguma combinação semelhante.

- Implantação do ponto eletrônico (e, de preferência, biométrico) em todos os órgãos, eliminando as "folhas de ponto" e impedindo abonos de faltas pelas chefias. Nos cargos onde não é imperativo o desenvolvimento das atividades em horário fixo, permitir ao servidor trabalhar em regime de banco de horas, limitadas dentro de uma faixa horária diária e com um mínimo e máximo semanal. Além disso, no intuito de enxugar a máquina administrativa e otimizar recursos, é imprescindível a unificação, em maior nível possível, dos departamentos e dos sistemas de pessoal.

- Criação de um novo sistema de aposentadorias, que proporcione contrapartida justa ao tempo de serviço do servidor. Como exemplo de regra, qualquer servidor (não importando o sexo) que se aposente com 30 anos de serviço público receberá proventos idênticos ao seu último vencimento e terá direito ao mesmo índice de reajuste, cessando apenas os acréscimos que poderiam vir da progressão temporal, do plano de carreira e de gratificações específicas, como adicional noturno. Para cada ano a menos de serviço público, pode ser descontado um percentual sobre o último vencimento, no caso do servidor ter atuado anteriormente na iniciativa privada. Além disso, elimina-se a injusta regra de limite de idade da aposentadoria, tanto mínimo quanto máximo, valendo somente o tempo de serviço formal total.

- Fixação de índices e especificação estrita dos direitos às gratificações, que só podem ser concedidas em casos óbvios (como adicional noturno, periculosidade, penosidade) ou como resultado da avaliação de desempenho. Outra medida cabível é a criação de concurso interno para acesso aos cargos de chefia, organizado e tabulado pelo departamento de desenvolvimento de RH, objetivando a eliminação de favorecimentos.
...
Bom, eu sei muito bem que nada disso vai acontecer nem nada vai mudar, pelo menos não para melhor, como nos últimos quase 30 anos que tenho acompanhado... Mas... Alguém bem que poderia começar, né senhores candidados do três de outubro?!?!?!?!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Violando o princípio da gratuidade...

Conforme assunto do post anterior, segue a notícia do UOL sobre a tal "gratuidade" e também o infográfico, retirado do referido site de notícias.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Porque concurso público para formação de cadastro reserva é ilegal

Como concurseiro, passo boa parte dos meus inúteis dias estudando a base legal desta republiqueta, pátria amada, idolatrada, o meu Brazzzil varonil. Por isso, "me sinto no direito" [SIC] de dar meu pitaco sobre o tema mencionado no título deste, vestindo a carapuça de doutorzinho de porra nenhuma, sem doutorado, sequer mestrado, gerador infinito de jurisprudência. "Bamo lá entonce", como se diz por estas bandas orientais do rio Uruguai.

O concurso público é um ato normativo (no caso, formado pelo Edital, que tem valor de norma por criar e regular o processo seletivo e as especificidades de classificação e admissão) do direito administrativo, derivado do dito "poder-dever de agir" do Estado, no sentido qual seja imperativa a contratação de servidores para o bom atendimento de um determinado serviço público. Desta forma, enquanto faltante no seu compromisso fundamental de atender ao interesse público por carência de pessoal, cabe à administração tomar providência para realização do concurso ou de contratação direta, comissionada ou temporária, conforme o caso previsto em lei.

Uma vez disposta a legalidade de se realizar concurso, é aceita universalmente, também, a classificação como ato normativo vinculado (ou seja, derivado do poder vinculado, inquestionável e não passível de decisão) a homologação do resultado de tal certame, que por sua vez produz - também sem possibilidade de contestação, negação ou falha - a obrigatória nomeação dos aprovados segundo as regras constantes no edital.

Ora, avaliando-se então a legalidade do ato administrativo de processo seletivo público para contratação incerta (discricionária, sujeita à decisão) de pessoal (ou seja, "concurso para formação de cadastro reserva"), temos as seguintes violações:

- princípio da moralidade: Considerado por alguns como sinônimo de probidade administrativa, tal princípio é violado pois há gasto do dinheiro público, com provisão orçamentária mas sem objetivo certo, que pode atingir grande vulto (dependendo do concurso chega-se facilmente às dezenas de milhões de reais, como por exemplo qualquer certame de abrangência nacional).

- princípio da eficiência: Tal princípio, que pode ser entendido pela correta relação custo x benefício do ato administrativo, é violado tanto para o administrador quanto para seus administrados, pois não há garantia de que o gasto estatal reverterá em mão de obra qualificada, tampouco que os aprovados obterão sua colocação empregatícia legalmente alcançada.

- princípio da continuidade do serviço público: Será violado se, na ausência de pessoal qualificado durante o prazo de vigência do concurso, o atendimento da necessidade seja restrito em quantidade ou mesmo em qualidade, segundo algumas interpretações.

- prerrogativa do poder vinculado: Conforme explanado anteriormente, a necessidade originária, o concurso, a homologação e a nomeação dos classificados são atos vinculados, não podendo estar sujeitos à decisão discricionária (vontade) do administrador.

- princípio da motivação: O fato administrativo (falta de pessoal) obriga (vincula) o administrador ao ato administrativo (contratação de pessoal). Como o vício de motivo/motivação é defeito não sanável, o ato administrativo de "talvez contratar pessoal" é ilegal, nulo e não pode produzir efeitos; caso já os tenha produzido, estes devem ser totalmente revertidos.

- princípio da razoabilidade: Traduz-se na obrigação do administrador em agir com equilíbrio e bom senso. Ora, não parece ser do senso comum dispender de milhões num processo que tem possibilidade concreta e, pior ainda, discricioária, de resultar em absolutamente nada.

- princípio da finalidade: Ligado ao princípio da impessoalidade, busca preservar o bem da coletividade em todo e qualquer ato do Estado. Nesse sentido, parece óbvio que não há finalidade lícita em autorizar o processo de seleção de zero funcionários.

- princípio da supremacia do interesse público: Também neste caso, não soa do comum interesse dos administrados a existência de tal processo, participantes ou não da seleção. Além disso, ainda pode-se imputar a violação deste princípio, bem como o da moralidade, caso haja suspeita de favorecimento da comissão ou entidade organizadora, enquanto único beneficiado.

- teoria da responsabilidade sobre atos administrativos, por ação: Decorre da teoria do risco administrativo, que postula a responsabilização do Estado por seus atos objetivos. Como não há culpa do administrado, neste caso, o Estado não pode lançar mão de atenuantes, devendo, pelo menos, a restituição do investimento ao candidato.

- princípio da gratuidade: Tendo em vista que a lei versa que todo processo administrativo deve ser isento de custas, ou, se cobrado deve, no máximo, igualar seu custo de expedição, pode-se considerar que todo e qualquer concurso público viola este princípio, já que a organizadora recebe verba do Estado e também cobra inscrição do candidato. Há controvérsias se essa dinheirama vai para o erário, para a organizadora, para o bolso de alguém ou uma combinação destas possibilidades. Em todo caso, um agravante perverso reside especialmente no caso onde o candidato, que dispende de seus recursos, é aprovado e não contratado.

- ausência de possibilidade de revogação de ato administrativo que gera direito adquirido: Conforme a legislação vigente, todo concurso público para provimento de cargos deve ter regras claras e objetivas de classificação e torna obrigatória a nomeação dos aprovados; em outras palavras, o candidato aprovado de acordo com as regras do certame adquire o direito àquela vaga no serviço público. Desta forma, o ato de criação de um concurso que desobriga nomeação e não quantifica aprovados não poderia produzir efeito legal.

Partindo do acima escrito, exposto e defendido por mim, podem-se embasar futuras petições, arguições, solicitações, reclamações, mandados, habeas, impugnações e todas as outras formas (inúteis) de tentar mudar uma das grandes verdades universais: "O Estado legisla no interesse do Estado." [2x2eh4, o inútil, 2010].

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Com a turma do Squidman no poder, não precisa criatividade...

Em meio a desgraça das contas públicas e as ameaças de cortes de 10 bilhões de estalecas no último orçamento do mandato da turma do Squidman - seguindo um velho hábito de "passar a pica pro aspira" -, semana passada nossos coronéis nos premiaram com mais um tapa na cara, para nos mostrar o quanto somos bundões, mesmo no ano em que temos o poder de mudar, através do voto (tudo bem, eu nem acredito nisso, mas... fica pra outro post).
Saiu em vários jornalecos da prensa marrom-com-tons-rosa-e-bolinhas-azuis brazzzileira:


"Governo cria, por decreto, esta semana, dois novos órgãos públicos: a AUTORIDADE OLÍMPICA BRASILEIRA e a EMPRESA BRASILEIRA DO LEGADO ESPORTIVO, com orçamento anual de 94,8 milhões de estalecas e criação de 496 vagas de contratação emergencial, sem concurso público." 

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Falta de criatividade

Quando a criatividade termina, a saída é o Ctrl+C, Ctrl+V.

CAPÍTULO 28

Um dos principais problemas em governar pessoas está em quem você escolhe para fazê-lo. Ou melhor, em quem consegue fazer com que as pessoas deixem que faça isso a elas.
Resumindo: é um fato bem conhecido que todos os que querem governar outras pessoas são, por isso mesmo, os menos indicados para isso. Resumindo o resumo: qualquer pessoa capaz de se tornar presidente não deveria, em hipótese alguma, ter permissão para exercer o cargo. Resumindo o resumo do resumo: as pessoas são um problema.
Então, esta é a situação que encontramos: uma sucessão de presidentes que curtem tanto as diversões e bajulações decorrentes do poder que muitíssimo raramente percebem que não estão no poder.
E nas sombras, atrás deles, quem governa? E quem poderia governar se ninguém que queira fazê-lo deveria ter permissão de exercer o cargo?

[ Extraído na íntegra de: O RESTAURANTE NO FIM DO UNIVERSO - DOUGLAS ADAMS, 1980, ISBN 978-85-99296-58-5 ]

sábado, 1 de maio de 2010

Enquanto isso, na sala de justiça...

Primeiro de maio. Dia do trabalhador. Um dia depois do fim do prazo para declarar e pagar (só quem ganha "moointo") o que deve ao leão. Ano de copa. Ano de eleição... hmmm, até rimou...
Enquanto isso, num cantinho de 2cm x 2cm, sob o desimportante título de NOTAS, numa coluna central do rodapé da página 27 da Zero Hora, ao lado de um colorido anúncio de supermercado, a mais preocupante informação da edição toda, reproduzida abaixo na íntegra, com as impefeições textuais do seu anônimo inútil autor:

Contas públicas têm resultado negativo
O governo central registrou em março o segundo déficit do ano e o pior desempenho para o mês desde 1997. O resultado das contas do Tesouro, da Previdência e do Banco Central ficou negativo em R$ 4,6 bilhões, segundo o Tesouro Nacional. No acumulado do trimestre, as contas tiveram déficit de R$ 8,2 bilhões.

E ninguém se importa... Ou nem sabe do que se trata... Ê brazzzil...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Geradores infinitos de conhecimento inútil

Eu já devo ter mencionado por aqui que eu odeio invencionices, nacionalizacão de termos de outras línguas, distorção dos significados tradicionais das palavras e, sobretudo, acrônimos. Todavia, no mundo atual moderno contemporâneo, pós-internet em que vivemos podemos perceber, em todas as áreas do conhecimento, o crescente e irracional desejo por "novidade", por "metodologia", enfim, por produção de "conhecimento".
Inútil como sou, consigo reconhecer muito bem inutilidades em geral e, exemplificando, seguem algumas imbecilidades "mudéunas" da minha área de conhecimento:

Acrônimos
Não há, no universo conhecido, sequer uma viva alma da área de tecnologia que nunca usou um acrônimo. Embora às vezes úteis para encurtar uma explicação quando se tem consciência de que os envolvidos estão familiarizados com a terminologia, não deveriam ser usados em excesso, muito menos com único propósito de complicar, confundir ou "fazer boiar" o interlocutor em questão. Alguns exemplos:
- J* (JSP, JEE, JME, JRE, JFC, JNDI, JINI, JSON, JSF, JPA, JAXP, JAIN, JCVM, JCL, ...): O JAVA, linguagem de programação da moda, que serve para resolver todos os problemas existentes e futuros do universo, tem tantas siglas quanto expoentes gênios especialistas. Tanto uns como os outros servem exatamente para a mesma coisa: NADA, ou, digamos, criar (pseudo-)conhecimento para (pseudo-)"agregar valor" a uma enorme gama de (pseudo-)tecnologias que são, no fim das contas, vários jeitos de usar um mero C++ for dummies.
- *.net (ASP.NET, C.NET, OO.NET, VB.NET, ...): Exatamente como descrito acima, sem tirar nem por.
- *ML (XML, XAML, HTML, DHTML, PHTML, XHTML, MXTML, ...): Todo esse monte de nomes esquisitos servem, em última análise, apenas a um único propósito (mas bem disfarçado como muitas coisas completamente diferentes): criar estruturas para páginas web.
- *PM* e similares (ou seja, qualquer coisa que contenha "project", "management", "business", "intelligence", "administration", "knowledge", etc.): Os gurus da gerência de projetos tem orgasmos múltiplos com siglas, principalmente as maiores (uuuuiuuuuiuuui, como era graaande aquele acrônimo) e mais obscuras. Se acham seres humanos superiores e sua principal característica é a capacidade de gozar apenas pelo fato de citar algo que a escumalha não consegue entender (pelo menos não de imediato). Desejo do fundo do meu negro coraçãozinho que comecem a cruzar somente entre eles e que a evolução faça sua parte, levando-os à extinção.
- abertura e fechamento inúteis de comunicados inúteis, como PSC, RSVP, BR, TS, FYI, ATT, SDS, N-R,  THX, TIA, ASAP, TTYL, BFN, ...

Neologismos/estrangeirismos
Todo imbecil inútil pseudo-qualquer coisa que se preze não pode se expressar na sua própria língua, ou em nenhuma única língua qualquer, sem enfiar um ou outro. Como eles próprios, em geral, nem sabem o que isso significa, o estrangeirismo é uma das vertentes do embromation, na qual se criam palavras mal traduzidas para dizer coisas que poderiam perfeitamente ser expressas ou na língua original ou na que está dominando a conversa, enquanto o neologismo é a arte inútil de criar ou distorcer significados de termos para identificar ou relacionar certas coisas com pessoas ou outras coisas. Os exemplos, aqui no país dos macaquitos, obviamente são de palavras em inglês abrazzzileirado ou relacionadas à novidades vindas de lá, e vão junto com a explicação perfeitamente clara no velho e bom português: "debugar" (depurar), "mergear" (combinar), "upar" (enviar), "sharear" (compartilhar), "pêemebokado" (seguindo as regras do tal), "isopadronizado" (idem), "scanear" (digitalizar... ahm, um neologismo explicado com outro...), "pontocom" (sem comentários), "postar" (como blog não é correio, eu traduzo como publicar), "blogar" (publicar suas opiniões escritas no tal serviço), "webinário" (seminário com transmissão na rede mundial), "teleconf" (reunião com participantes remotos no viva-voz), "pagear" (enviar uma mensagem), "bipar" (enviar um aviso), "pingar" (idem), "eventualmente" (aquele com significado traduzido errado do termo em inglês, que lá significa "futuramente" enquanto o nosso seria "ás vezes"), "googlear" (fazer uma pesquisa usando tal mecanismo de busca), "tuitar" (escrever um textículo no tal serviço), "customizar" (personalizar, adaptar), "bê-dois-bê" ou "bítchûbí" (de uma empresa a outra), "startar" (inicar), "interfacear" (algo como conectar, mas isso pode significar tanta coisa...).

segunda-feira, 29 de março de 2010

Tamanha hipocrisia


Fui a uma loja comprar uma máquina de lavar e secar roupa. Claro que antes de qualquer decisão sobre qual adquirir, realizei uma pesquisa violenta na internet, onde notei que há poucos modelos que integram a função de secagem num mesmo aparelho. Então lá estava eu na primeira loja para fazer as cotações, em uma das mãos o modelo da máquina que eu queria, a minha frente o vendedor enlouquecido me dizendo que poderia realizar o pagamento em até 15x, quando comentei em pagar à vista ele me alegou que não valeria à pena e que não seria interessante eu realizar o pagamento daquela forma, obviamente este gentil vendedor sabe de minha situação financeira e só queria me ajudar. Então me desloquei para a segunda loja, onde realmente desisti de qualquer tipo de busca por cotação devido ao fato de eu ficar parado em frente a lavadora por longos intermináveis 10 minutos sem que nenhum vendedor me perguntasse se eu estava no lugar certo!! Ok, não desisti tão rápido assim, decidi passar em uma última loja a caminho de casa, para minha surpresa fui bem atendido, tudo correu bem, até a compra já estava em vias de ser efetivada quando o rapaz me diz que será acrescido 3% ao valor da máquina por que o pagamento será realizado através do cartão de crédito, disse a ele que eu faria em 1X no cartão, o mesmo me alegou que a operadora do cartão cobrava dele esta quantia, resumindo fui para casa sem comprar nada e pensando até quando quem paga a conta é o consumidor.
Ao cair da noite decidi ir jantar no shopping, lá chegando entrei na primeira loja que eu vi, peguei um vendedor pelo braço e disse que queria a máquina modelo tal e queria pagar de tal forma... Nunca tinha sido tão bem atendido, pronto, descobri a fórmula de como se realizar uma compra.
Passado cinco dias numa bonita manhã tocaram a companhia de casa, era os instaladores da tão sonhada máquina de lavar e secar, fui abrir a porta sorridente e feliz. Após 10 minutos de análise da nota fiscal e do local onde seria instalada, o dito técnico da LG me olha e dispara a máxima “Essa tomada onde iremos ligar a máquina, a LG não dá garantia”, pronto, tava formado o circo! Gostaria de salientar que um dia antes da chegada dos engenheiros super ultra técnicos da LG eu havia feito a instalação de uma tomada nova, para quem ainda não sabe da novidade, não é mais fabricado as tomadas convencionais e sim somente uma que possui uma furação diferente da usual e que não serve em nenhum equipamento eletroeletrônico já existente, sendo assim o consumidor é obrigado a comprar um “adaptador” que transforma a nova em antiga, mas só um minuto, por que é permitido fabricar um adaptador e a tomada não??? Em suma, tivemos que arrancar a tomada que eu havia colocado nova e instalar uma tomada da LG, para minha surpresa era uma tomada nova das antigas, perguntei ao super ultra hiper... técnico da LG onde ele havia conseguido a tal tomada, ele simplesmente me disse que o seu “chefe” tinha uma maneira de conseguir essas tomadas.
Um grande amigo meu diz a seguinte frase “tem que puxar o bigode do gato” ou a que estou mais acostumado é “achar uma teta para mamar”, o meu filho recém nascido já pegou a dele!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Indicadores de progresso vs. indicadores de atraso

Embora neste nosso Brazzzil varonil, enquanto Estado terceiro mundista, os institutos de pesquisas só estejam preocupados com dados estatísticos que classifico como "indicadores de atraso" (ex. quantas % das crianças no primário, quantos % da população tem esgoto, quantos estão inscritos em programas sociais, etc.), a observação de outros países nos mostra que há outras estatísticas com as quais um dito governo soberano que objetiva o desenvolvimento nacional deveria se importar.
Tudo bem, eu sei que sou apenas um inútil, um membro de uma casta culturalmente superior em meio às hordas de burraldos, ignorantes, ingênuos e deslumbrados macaquitos mas, nem que fosse uma vez na vida, gostaria de ver algum de nossos expoentes intelectuais defendendo uma pesquisa profunda sobre as reais capacidades inexploradas dessa casta. Uma pesquisa que tabule "indicadores de progresso" e permita medir efetivamente o potencial de desenvolvimento não aproveitado e antever as capacidades dessa "elite pensante", cujos resultados possam ser transformados em ações práticas e reais e que, talvez um dia, culminassem com nossa elevação, enquanto nação, ao seleto grupo dos tais de "primeiro mundo".
 Exemplificando, como de costume, elenco apenas algumas das tais perguntas que constariam da minha "pesquisa dos indicadores de progresso":

A) Indicadores de progresso pessoal/profissional

  • Você participou de algum programa de orientação vocacional em sua educação fundamental ou secundária?
  • Você acredita, hoje, estar seguindo sua carreira de vocação?
  • Você desistiu em algum ponto de sua formação acadêmica por sentir a falta de objetivo prático?
  • Você já registrou formalmente algum invento ou idéia?
  • Você já atuou em algum projeto de pesquisa científica? Quantos deles com resultado tecnológico prático? Quantos com resultado teórico? Quantos foram encerrados sem atingir objetivo real?
  • Você já começou um negócio próprio? Deu certo? Em quanto tempo veio o ROI? Faliu? Desistiu antes de falir? Quanto tempo levou até encerrar definitivamente seu empreendimento? Tentou novamente em outra área? Deu certo? Em quanto tempo veio o ROI? Faliu? Desistiu antes de falir? Quanto tempo levou até encerrar definitivamente seu empreendimento? [repetir  as perguntas tantas vezes quantas tenha empreendido]
  • Você empreendeu na sua área de educação formal? Ou de vocação?
  • Quantas vezes na sua carreira profissional esteve desempregado? Quantas vezes foi demitido sem justa causa?
  • Quantas vezes trocou de emprego unicamente por questão salarial?
  • Quantas línguas você fala?
  • Quantas vezes viajou a trabalho para fora do país, conhecendo outras realidades?
  • Quantas vezes viajou para estudo/treinamento para fora do país?
B) Indicadores de progresso do sistema burocrático
  • Em quantas ocasiões a burocracia o impediu de atingir um objetivo positivo?
  • Quantas vezes você tentou uma oportunidade de trabalho fora de seu país? Destas, quantas vezes foi preterido por entraves legais?
  • Quantas vezes foi empregado de multinacionais originárias do estrangeiro? E quantas de multinacionais originadas no Brazzzil?
  • Quantas vezes tentou entrar em contato com algum parlamentar (vereador, deputados)? Quantas conseguiu?
  • Quantas vezes teve de ir a uma repartição pública tratar de um mesmo assunto?
  • Quantas vezes sonegou algum imposto?
C) Indicadores de progresso financeiro
  • Quantos % da sua jornada diária de trabalho você realiza tarefas estranhas à sua função principal?
  • Quantos % da sua jornada diária de trabalho você tem para se dedicar à idéias/inovação?
  • Quanto custa sua posição de trabalho para a empresa? Quantos % disto você efetivamente recebe como salário líquido? Quantos % disto o governo leva antes de chegar à sua mão?
  • Quantos % sobre seu custo a organização lucra com seu trabalho?
  • Se empreendedor, quanto custa seu trabalho em sua própria empresa? Quantos % disto você efetivamente tira como dividendos líquidos?
  • Você conhece dados financeiros como estes sobre outros países? Quais?
  • Você entende como funciona o sistema financeiro, ou pelo menos parte dele?
Embora pareçam inúteis, desconexas ou utópicas, as respostas a tais questões poderiam oferecer indicadores diferenciados do que temos hoje como resultado das atuais pesquisas. No pior caso, pelo menos indicaria o nível de desconhecimento, burrice ou ingenuidade da "elite pensante".
E quem me dera nossos eminentes coronéis soubessem dos tantos e geniais talentos, soterrados sob os entulhos da falta de oportunidade, do excesso de burocracia, da fome estatal interminável por tributos, das exigências absurdas do "mercado", da distância geográfica dos "grandes centros" da civilização, do caquético sistema educacional, enfim, de tantos entraves impostos à minoria dos excepcionais gênios humanos.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O que você quer ser quando crescer?

Capítulo II
Como eu cheguei aqui

Fechando o assunto, posto hoje, em forma de linha do tempo, a minha jornada profissional enquanto ser humano loser:

Ano  -1 - casal com faculdade, moradia própria, carro do ano e emprego público estável decidem ter seu primeiro filho
Ano   0 - nascido na melhor maternidade de hospital particular da região
Ano   5 - alfabetizado em casa, já que não se adaptou no maternal
Ano   6 - inicia o primeiro grau numa das melhores escolas particulares da cidade
Ano  14 - ganha de natal seu primeiro computador da família PC (Intel 80xx) e inicia sua jornada infonerdmática
Ano  15 - inicia o segundo grau técnico em eletrônica numa das melhores escolas técnicas federais do país
Ano  18 - termina o técnico, faz estágio e é reprovado no seu primeiro vestibular em universidade pública, mas inicia o bacharelado em ciência da computação na melhor universidade particular da região, aprovado em segundo lugar no vestibular
Ano  19 - começa a trabalhar na maior empresa de mídia do sul do país
Ano  21 - pede demissão por problemas familiares e segue somente com os estudos do bacharelado e duas línguas estrangeiras
Ano  23 - graduado bacharel, inicia o mestrado naquela universidade federal onde não havia passado no vestibular
Ano  24 - desiste do mestrado, pede aproveitamento dos créditos como especialização e abre sua primeira empresa, em parceria com um grande amigo
Ano  26 - encerra a empresa por falta de mercado e começa a trabalhar numa multinacional que está entre as maiores fabricantes mundiais de comunicação embarcada e diagnóstico automotivo
Ano  27 - trabalha por três meses na europa, por essa mesma companhia
Ano  28 - junta-se ao seu cunhado e outro profissional da área e tentam reerguer uma pequena empresa de software
Ano  29 - desiste da sociedade pois não há oportunidades de negócio nem possibilidade de crescimento suficientes para sustentar as necessidades dos três associados
Ano  30 - na sua terceira tentativa empreendedora, abre uma empresa de recrutamento e seleção, com sua esposa - profissional com dez anos de experiência na área - e uma psicóloga
Ano  30 - pede demissão da companhia multinacional e vai trabalhar na maior fabricante de computadores e impressoras do planeta
Ano  31 - é demitido, juntamente com outros 40% do seu time, por motivos de conjuntura econômica internacional
Ano  31 - começa a trabalhar na maior empresa de internet da américa latina
Ano  32 - é demitido, por motivo de falta de planejamento e visão estratégica da gerência da área
Ano  32 - por falta de condições para pagar os impostos e clientes caloteiros, fecha a empresa e desiste para sempre da sua "veia empreendedora"
Ano  33 - decide ser "dono de casa concurseiro", até que aprove em algum emprego público que realmente valha a pena

Esta é a história de um inútil perdedor que, apesar de parecer ter feito tudo certo, não conseguiu realizar seu inocente ideal profissonal. Aos que estão grávidos, são pais recentes ou estão pensando no assunto, lembrem-se de criar outras oportunidades (artísticas / esportivas / políticas / religiosas / criminosas) para sua prole fora do tradicional binômio "muito estudo + trabalho honesto", permitindo assim que seus herdeiros, na primeira metade da terceira década de suas vidas, possam acreditar ter chegado a algum lugar, ao contrário deste que vos bloga.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O que você quer ser quando crescer?

Minha mãe conta, do tempo quando eu era pequeno, que, ao ser questionado por algum loser (essa pergunta é típica do parente loser - aquele tio "encostado" pelo INAMPS, aquela tia véia solteirona ou mãe de um inútil vagabundo e/ou boleteiro, etc.), eu sempre saía com a seguinte resposta: "Quero ser doutor, ter um escritório num andar bem alto e uma secretária loira."

Passados quase trinta anos dessa época, posso ver que minha resposta em nada se parece com a situação dos dias de hoje. Embora eu não seja vagabundo nem boleteiro, meu inocente projeto de vida não foi concretizado. Por quê? Não sei responder pois não consigo perceber ao certo onde exatamente eu errei. Talvez em muitas ocasiões, talvez em nenhuma, talvez esse plano utópico não fosse mesmo para mim.

Então, em alusão ao post anterior, intitulado "Vale a pena ter filho!", do caro inútil Petrvs, narrarei, em dois capítulos, a história do único filho do meu pai, a ser usada como referência do que não fazer com seu descendente e já deixando a sugestão estender-se a outros amigos grávidos ou pensando sobre o assunto paternidade.


Capítulo I
Onde eu cheguei

Eu moro atualmente numa remota cidadezinha da região da campanha, esquecida pelo mundo e pelo tempo, na qual vim pela primeira vez mais ou menos nesta tal época da minha inocente resposta à pergunta fundamental do post. Não tenho claramente na lembrança o ano, mas posso afirmar com certeza a década: os famigerados oitentas. Hoje, passadas praticamente três décadas, tudo é exatamente como antes: as pessoas ainda sentam nas calçadas para conversar à tardinha no verão, as crianças ainda correm descalças, andam de bicicleta e brincam até a noite pelas ruas, o casario velho e mal cuidado ainda é o padrão de moradia, as lojas e empresas familiares ainda estão sob comando das mesmas famílias, o rio ainda enche boa parte da cidade com qualquer meia dúzia de dias de chuva, os sítios e fazendas ainda produzem os mesmos produtos da mesma forma primitiva de agricultura, os aposentados seguem como maioria, os jovens que querem prosseguir com os estudos continuam precisando se deslocar até a "cidade grande" mais próxima, o quartel do exército continua sendo o maior empregador da cidade, os funcionários públicos ainda são a maioria absoluta da workforce, as estradas para as cidades vizinhas ainda são estreitas e mal conservadas, os restaurantes permanecem servindo somente a tradicional comida caseira e o churrasco, a clientela dos antigos bolichos ainda são os fétidos velhos bêbados, as indústrias ainda não chegaram, a grande promessa a cada eleição ainda é o desenvolvimento da região, a operadora da telefonia permanece a mesma e única desde a época dos cinco dígitos, as ruas continuam calçadas pelas mesmas pedras e os remendos ainda formam quebra-molas às vezes piores que os buracos, as carroças, bicicletas e motonetas se mantém como o principal meio de transporte, enfim, toda essa longa lista de exemplos serve apenas para dizer que nada mudou.

Estou desempregado desde que fui demitido há cerca de seis meses e vim de mala e cuia com minha amada esposa para cá, por obrigação do seu trabalho. Não tenho perspectiva de arrumar um emprego na minha área de especialização por aqui, já que a indústria ainda não chegou e o setor de serviços se resume ao simples do básico do indispensável. Na verdade, não tenho perspectiva nem vontade nenhuma de trabalhar aqui. Não há "cidade grande" em um raio de 150km e esta mais próxima só pode se orgulhar de ser grande em quantidade de habitantes. Mesmo nessa "cidade grande", minha área profissional praticamente não existe; as poucas possíveis vagas se resumem à meia dúzia de empresas (sim, 6 é a quantidade exata, não apenas uma aproximação) e só abrem por milagre ou total falta de noção (leia-se exigências descabidas) dos recrutadores.

Vivo (ou seja, pago as contas) graças ao salário de merreca da minha esposa e mais umas míseras economias juntadas pelos meus pais nas épocas de vacas gordas. Podem me atirar pedras, tijolos, paralelepípedos e rochedos, mas a época mais farta da minha vidinha de classe média foi a da famigerada inflação galopante, ou seja, a era pré-Collor (desenvolverei esse assunto em um próximo post). Meu seguro desemprego já acabou, pois nosso grande governo trabalhista acha justíssimo dar R$ 870,01 por cinco meses para quem trabalhou (e contribuiu proporcionalmente) nos últimos cinco anos com rendimentos acima de 4 mil, enquanto oferece quase o mesmo (um salário mínimo, atualmente em R$ 510,00) para familiares dos presidiários, pelo tempo que o ente permanecer na cadeia.

Por força desse mesmo governo trabalhista, decidi adotar a velha máxima "se não pode vencê-los, junte-se a eles" e virei concurseiro. Pretendo passar os próximos tempos estudando e fazendo os concursos melhores ou mais adequados à minha profissão, até que passe em algum que realmente valha a pena. Me preocupa muito, todavia, esse ano de eleição, tanto pela pausa legal obrigatória de seis meses nos processos seletivos públicos, como pelo desconhecimento de quem será e qual postura a respeito adotará o governo eleito. Essa preocupação é amplificada devido a um dado recente que indica um total de 40% da workforce do nosso Brazzzil varonil prestando serviço diretamente aos órgãos públicos (resultado da política trabalhista-socialista-disfarçada-de-neo-qualquer-coisa dos últimos dois governos do PT).
Fechando o capítulo, considero caracterizada minha situação atual, fora alguma depressão, tiques, anginas, ataques de fúria, estresses involuntários e preocupações que não valem a pena mencionar. Por motivos de formato bloguístico, o capítulo 2 segue no post de amanhã.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vale a pena ter filho!!!

Eu posso, de certa forma, me considerar uma pessoa felizarda, afinal estou "grávido" ou como dizem os mais antigos "agora tu vai entender tudo o que eu dizia".
Acontece que atualmente inúmeras razões me fazem analisar se realmente vale a pena ter filho, veremos algumas:

1°.: Tua mãe, sogra, sogro, pai, avô, avó, cachorro, galinha, o PTQ... querem que você tenha filho - é óbvio que eles querem e é tu que vai criar não eles!
2°.: É uma nova etapa da tua vida - Claro que ao invés de eu viajar para europa...
3°.: A casa fica cheia de vida - e sem espaço também, o que tinha passou para o bebê!
4°.: Ele será um amor de criança - sei... hum... videogame, apartamento, pouco espaço, será sim!!!
5°.: A escolinha é ótima para o bebê - AH sim claro, uma FDP sabe lá de que c* saiu, educará o teu filho, além de custar os olhos da cara.
6°.: A criança é calma, isso depende se você teve uma gestação tranquila - de que maneira, todos temos que trabalhar, a coitada da mulher não tem descanso nunca!!!!!
7°.: Tu como bom marido deverá ser compreensivo e paciente - hahaha, muito bom, essa é a minha parte, ou seja, fica quieto e colabora e claro que a culpa é tua, tu me deixou assim.
...
Existe mais algumas que no decorrer estarei postando, é que realmente eu tenho que ir, pois minha esposa quer ir ao cinema, e como já citei anteriormente (7°) vou indo.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tragédia imprevisível [sic]

Este foi o título de uma matéria, publicada neste domingo pelo jornal Zero Hora, de Porto Alegre, RS, pertencente ao megagrupo sul-brasileiro de mídia RBS. Logo abaixo da headline, um "infográfico" (hmmm, adoro palavras inventadas por intelectualóides...), similar ao apresentado a seguir, explica ao leitor ignorante o que são e onde estão as fendas tectônicas deste ínfimo e inútil pedaço de rocha no qual habitamos.


Enquanto inútil habitante não-ignorante e não-ameba deste minúsculo grão de poeira espacial, me acho no direito de discordar do renomado jornalista que proferiu tamanha imbecilidade. Como sempre, minhas opiniões inúteis são exemplificadas, no sentido de afirmar um ponto de vista em cima da velha e boa lógica e também de ilustrar ao máximo a explicação, permitindo o entendimento até mesmo aos intelectos inferiores.

Considero "tragédia imprevisível", apenas utilizando sinônimos do próprio termo, como uma desgraça qe atinge de surpresa. Ora, não é surpresa para ninguém que os locais do mapa onde existem as linhas rosa (falhas ativas) ou pretas (fraturas das placas) estão, com 100% de certeza, sujeitos a tremores de terra, como no exemplo recente do Haiti e tantos outros anteriores, no México, no Chile, no Japão, na Indonésia. Comuns em todos os citados, então, as tragédias provocadas pelos efeitos dos terremotos sobre a população residente nas áreas próximas às bordas das placas tectônicas não são, em absoluto, imprevisíves, mas sim, líquidas e certas.
Entre tantos exemplos de tragédias anunciadas (portanto, nada imprevisíveis) posso citar: os alagamentos em São Paulo, nos bairros que ficam abaixo do nível do rio Tietê; os repetidos acidentes de trânsito em pontos mal construídos e/ou mal sinalizados de rodovias, como o que vitimou a equipe do Xavante há um ano; as secas constantes no semi-árido nordestino; os deslizamentos de encostas no Rio de Janeiro; os apagões de energia que atingiram a região sudeste; os comuns incêndios florestais do verão australiano.
Em contratponto, exemplificando tragédias imprevisíveis, ou seja, desgraças que não deveriam acontecer por existirem medidas claras de prevenção ou das quais não se conheciam precedentes similares, temos: desastres aéreos, como o ainda recente "sumiço" do avião da Air France sobre o Atlântico; as explosões dos ônibus espaciais Challenger e, mais recentemente, do Columbia; os ataques de atiradores aleatórios em escolas, cinemas e outros espaços públicos; os incomuns tornados que atingiram RS e SC nos últimos anos; as fortíssimas tempestades de neve que se extendem quase até o sul da europa neste inverno.


Como conclusão, fica apenas o alerta para nunca se deixar iludir ou impressionar pelas matérias da imprensa; é sempre prudente e necessário fazer uso do intelecto para relacionar, entender e interpretar a informação. O costume do "uso do intelecto", inclusive, devia ser matéria obrigatória nas escolas... mas isso pode ser assunto de um próximo post.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Os pecadores do direito

Ultimamente tenho escrito muitos posts inúteis sobre o tema "direito", o que pode vir a caracterizar uma tendência psicótica à repetição (cacuete ou TOC - transtorno obsessivo-compulsivo), ou apenas ser um resultado da influência de minha atual situação de inutilidade concurseira. Como todo bom intelectualóide teórico (a.k.a. inútil), me é de grande satisfação prolixamente tergiversar sobre assuntos que não domino totalmente - alguns, nem mesmo parcialmente -, proferindo meus impropérios neste espaço que nosso senhor deus-google desapegadamente nos propicia.

Ofereço minha reles opinião, no que toca à disciplina do direito, quanto a existência de três grandes pecadores que, aliados à vários outros elementos, resultam na baderna legislativa que vivenciamos:

1. O intelectualóide teórico
O teórico é aquela figura que, na falta de algo mais útil para fazer, preenche seu tempo criando jargão. Teorizar, no direito, entendo como o ato de:
- distorcer o significado tradicional (documentado em dicionário) de termos da língua, especialmente os mais obscuros e rebuscados, com propósito de redefinir coisas já bem definidas com terminologia acessível
- aplicar termos oriundos de outras línguas, com especial fixação necromaníaca por línguas mortas, em definições que já são perfeitamente claras com a utilização de termos simples no idioma nacional
- nomear invencionices, ou seja, criar expressões linguísticas para abstrair um conceito complexo/obscuro teorizado pela mente inútil

Nas entrelinhas, o objetivo final destes indivíduos é o de alimentar seus egos narcisistas e/ou segregar e monopolizar o direito (em detrimento ao objetivo primordial da justiça para todos), através desta pseudo-especialização (pois, de fato, não há especialização nenhuma, apenas aumento no tamanho e complexidade do jargão) que chega ao ponto de impossibilitar que laicos tenham a mínima noção dos acontecimentos jurídicos.

2. O normatizador-legislador-compulsivo-obsessivo
Esse é aquele membro do poder legislativo que, por problemas psíquicos, total falta de noção da realidade, de finanças, matemática ou estatística, ou por má intenção descarada, cria uma regra (lei) com duas linhas de texto, mais quarenta e oito adequações e dezesseis exceções, e, ainda por cima, de uma forma tão pouco clara que permite, pelo menos, umas sete interpretações. Como de praxe, ilustro com exemplo.

"É definido o imposto XXX que incidirá sobre o YYYY, devendo ser cobrado de todos, menos quem uma legislação regulamentadora ulterior determinar, obedecendo as alíquotas de
a. 10% para VVVV, se BBB > RRRR
b. 12,5% para TTTT, desde que TTTT não tenha pago o imposto EEEE no exercício anterior
c. 12,36666666% sobre 90% do lucro líquido para GGGG, se já não tiver incidido o disposto na alínea b.
d. 8,3% sobre o lucro presumido para DDDD, mais 2,5% sobre o dedutível do imposto KKKK, até um máximo de 9,5% do mesmo

... (preencha aqui com as 44 possibilidades faltantes)
Estão isentos os que qualifiquem como
a. JJJJ, se constituídos antes de 1957
b. todos os LLLLL
c. MMMM, desde que não declarem o imposto QQQQ ou seu faturamento bruto não ultrapasse 2.827,75 UFIRs
d. alínea revogada pelo parágrafo 5, alínea j da lei 2.293 / 99



... (preencha aqui com as 12 exceções faltantes)
... salvo disposições em contrário.

Ora, qualquer um que tenha uma menor idéia de quanto quer arrecadar, qual é a base de arrecadação e um mínimo de lucidez, consegue chegar à conclusão que teria o mesmíssimo resultado (todavia alcançado de forma mais fácil) cobrar 10% de TODOS SEM EXCEÇÃO.


3. O "senhor-brecha", gerador infinito de jurisprudência
Devido às possibilidades de interpretação, graças ao explanado no item 2 acima, ou mesmo nos casos onde não há ambiguidade e o jurista quer apenas "fazer diferente", seja por burrice, puro exibicionismo ou em prol de vantagem própria, vão se criando tantas possibilidades de aplicação das leis quantas estrelas existem na galáxia. Isso ocasiona:

- o desgaste moral do sistema, já que se tende a criar uma interpretação para cada caso, saída da cabeça de cada juiz
- a deturpação do objetivo original da norma, conforme item anterior
- a lentidão do trâmite, pelas idas e vindas, voltas e reviravoltas
- o aumento de custos processuais, pelas mesmas razões imediatamente acima e, em última análise
- a impunidade

Finalizando, aos advogadinhos de plantão (ou outros inúteis em geral), peço por gentileza que vomitem ali nos comentários...