quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A velha e boa lógica
continuação do post Perguntas / perguntinhas

Concordando com a opinião e em agradecimento ao meu leitor Monsieur Fixxxer, único que se prestou a responder, segue o post relativo às questões anteriormente propostas.

Pois bem, postei aquelas perguntas, às quais suspeito que a ampla maioria das pessoas pensantes responderia de maneira muito similar, apenas para mostrar mais uma das absurdas facetas desta nossa republiqueta, pátria amada, idolatrada, o meu Brazzzil varonil. Apenas como complemento narcisista, incluo citação de minha própria autoria: "Aqui, nesse país, absolutamente tudo tá errado. Sem exceções." [2x2eh4, 2003].
No que toca ao processo seletivo para contratação de servidores públicos, as eminentes e respeitáveis comissões organizadoras de concursos, em geral, adotam como regra exatamente o contrário do senso comum, da lógica e da unanimidade. Como eu amo exemplos, descrevo, fazendo referência às perguntas, o atual formato de processo seletivo seguido pelo CESPE (Centro de Seleção e Promoção de Eventos, instituto vinculado à UnB), nos certames por si organizados:

1) a)
Como "a moda não incomoda" e agora ABSOLUTAMENTE TODAS as banquinhas concursíficas decidiram aplicar questões dissertativas em ABSOLUTAMENTE TODAS as provas para quaisquer que sejam os cargos, não poderia o CESPE ser diferente e adotar uma postura minimamente lógica na correção de tais.
De acordo com as regras de correção das questões dissertativas, prolixa e ambiguamente especificadas em seu próprio site, o CESPE adota o método "se ninguém atinge exatamente o patamar literato por nós exigido, ninguém aprova". Como exemplo do exemplo temos o concurso anterior do TCU (em 2009), no qual foram "aprovados" pelo CESPE candidatos em quantia igual à metade do número de vagas disponíveis.

Resumindo, ao invés de contratar os X menos piores, o nosso governo prefere não ter o serviço feito.

2) a)
Os senhores professores do CESPE, em uma manobra genialmente ridícula, de algum tempo para cá também decidiram adotar a regra de "uma questão que o candidato erra, anula uma de suas respostas certas" na correção das provas objetivas, tradicionalmente formadas unicamente por questões do tipo "certo ou errado", onde já era regra a inclusão descabida de "pegadinhas linguísticas" no claro intuito de induzir ao erro o inútil concurseiro-estressado-fudido-cansado-de-estudar-idiotices-que-não-tem-nada-a-ver-com-seu-cargo. Em decorrência disso, o candidado não pode tentar responder uma questão sem ter em mente a punição resultante de eventual erro.
Na minha inútil interpretação, isso é o mesmo absurdo que adotar como verdade absoluta o fato (por exemplo), para um cara que é especialista em mecânica quântica, que ele instantâneamente passa a desconhecer uma lei básica da Relatividade de Einstein, única e exclusivamente por ele não saber o funcionamento da embreagem de um carro, útil só na mecânica de automóveis.

Então, em menção à questão original, o nosso governo prefere alguém que ficque de braços cruzados, assistindo ao incêndio, àquele que tenta, mesmo que sem muito sucesso, salvar alguma coisa.

Um comentário:

Giórgenes disse...

http://www.immigration-quebec.gouv.qc.ca/placeauquebec/pt/

:P