domingo, 5 de outubro de 2003

Inutiles Est (parte 2)

O Ministério da Saúde adverte: o texto a seguir contém altas doses de sarcasmo e resignação.

Quem cai de para-quedas aqui neste blog pode pensar: esses caras são por acaso um bando de nenezões chorões que só sabem reclamar da vida? Eles pensam que a culpa de eles estarem na pindaíba, de não terem atingido os seus objetivos, de verem os seus sonhos escorrerem pelo ralo, de terem perdido a motivação de anos passados, de não verem perspectivas de melhora e de se sentirem totalmente fora do contexto é de quem? Pelos textos deles, eles devem pensar que a culpa deve ser da própria sociedade que os excluiu, ou do governo que não dá oportunidades, ou dos outros que nasceram em berço de ouro, ou dos que não são inúteis e fazem tudo direitinho como manda o figurino dos tempo modernos e tiram todas as chances de pessoas como eles. Presunçosos esses caras, deve pensar o leitor incauto deste blog. Se acham tão superiores aos demais, mas como a vida deles não parece corresponder a esta expectativa, eles se chamam ironicamente de "inúteis", quando na verdade querem dizer que inúteis são os outros. Pois bem, meu caro leitor perdido da internet, te digo a verdade agora. Acontece que não pensamos exatamente assim não. Nosso objetivo nunca foi encontrar culpados. Nem nos achamos melhores do que os outros, sejam outros inúteis (conscientes ou não) ou sejam gênios que são aprovados em dinâmicas de grupo. A culpa de sermos o que somos é nossa e só nossa. Afinal, se todos os peixes seguem a correnteza e meia duzia deles querem nadar no sentido contrário, quem é que está errado?

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