segunda-feira, 8 de setembro de 2003

PATRIOTISMO

É apropriado, devido ao fato de estarmos na semana da pátria amada Brazil, fazer algum comentário inútil sobre o tema... Então vamo lá...

O patriota Meligeni
Nestes últimos dias pudemos contemplar em nossas telinhas malditas um prolífico rapaz argentino fazer declarações meladas de amor pelo Brazil... Vejam bem, caros inúteis... Este rapaz vem na TV dizer pra sermos otimistas, pra comemorarmos nossas conquistas, pra dizermos com orgulho que somos brazilian people, pra abraçarmos a causa patriótica e sermos verdadeiros cidadãos da pátria amada idolatrada salve salve...
Muito fácil, para ele, falar isso. Afinal, temo ruim mas a Argentina tá bem pior [sic]... Também pelo fato de ele ser um cara de sucesso, que conseguiu obter láureos da sua profissão - claro que através de seu próprio trabalho e esforço - porém diferente da maioria esmagadora dos brazileiros, que apesar do esforço descomunal de aqui viver e trabalhar (se e quando consegue), via de regra não chegam a lugar nenhum.
Além disso é fácil falar pra nóis aqui embaixo sermos otimistas. Eu mesmo, nos meus vintivários anos de existência só vi a coisa piorar. Nada melhorou na vida sócio-econômica da minha famíla nestas quase 3 décadas... Aliás, muito pelo contrário. Será que foi porque não nos esforçamos? Será porque não fomos patriotas? Será porque não fomos bons cidadãos? Será porque não amamos a pátria com todas as nossas forças? Hmmm, eu acho que não...
Muito fácil, também, falar pra sermos bons cidadãos. Isso deve significar que devemos ser dóceis, submissos. Devemos pagar nossos impostos sem reclamar. Eles representam nosso dever de sustentar a nobreza, que tanto nos dá em troca.
Temos também que comemorar nossas conquistas, nessa semana tão fundamental para nosso amado país. Afinal, nessa data, há 181 anos conquistávamos nossa independência e soberania. Ou, na opinião SIC, trocávamos de dono. Não pertencemos mais a Portugal, uma reles país de terceiro mundo com a sorte de ter uma localização fantástica no oeste da proeminente europa e até com vista pro mar. Agora pertencemos ao FMI, uma casta inatingível, uma raça superior, uma inteligência suprema, um paitrocinador de nossas estripulias econômicas. Por sua vez, nosso patrão e senhor trabalha para os interesses de um outro tio, muito querido e bonachão, que se chama Sam.
Comemoremos, então, esses quase dois séculos de conquistas ímpares! No vôlei, futebol, tênis... Acho que é só o que temos a oferecer como nação para nossos próprios cidadãos. O resto é apenas o resto...

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