Concursêros do inferno

Não existe trabalhador mais inútil que funcionário público. Estes escpécimes que proliferam nas secretarias, órgãos e repartições são a pior escória e a desonra para os inúteis que se prezam. Mesmo assim, eu, como inútil que sou, dasveiz ainda tento a "sorte grande" (leia-se emprego com estabilidade, possibilidade de fazer greve sem risco de ser demitido, trabalho tranquilo, baixíssimo nível de stress, atividades repetitivas, simples e retardantes, salário bom, ou seja, tudo o que um inútil quer da vida!!) nos concursos-sorteio-de-carta-marcada-públicos.

Eis que hoje fui fazer a prova para um destes processos seletivos [sic]... Já na entrada, pude ver quão incompetentes e despreocupados são os tais elementos, pois a prova - marcada para as 13:30 - iniciou-se precisamente às 14:28... Mas tudo bem, pra quê a pressa, não é mesmo??? Afinal é só uma tarde de domingo perdida...

Para complementar, é importante mencionar um espécime que tem se proliferado exponencialmente nos últimos tempos, graças, principalmente ao famigerado desemprego que assola a nossa (nossa de quem, cara pálida???) nação: o concursêro.
O concursêro no caso que analiso hoje é um indivíduo com formação superior completa, sem emprego, com um trabalho temporário ("por projeto", como bem coloca Overman) ou com um empreguinho de merda que lhe toma todo o tempo em troca de míseros trocados e de uma pseudo-estabilidade (atual situação dos 3 inúteis desta sociedade). Ele tenta incansavelmente entrar na sociedade dos inúteis FP (não, a sigla não significa "filhos da puta" e sim "funcionários públicos", embora a diferença... bem, deixa pra lá) através dos processos seletivos denominados concursos públicos. Ele investe boa parte de sua renda mensal nisso (cada inscrição não sai por menos de 70 reais) e de seu tempo livre (que tempo livre???) estudando coisas imbecis e retardantes, como matemática do 2o. grau e decorando legislações ambíguas e caquéticas, nessa sua tentativa de alcançar o santo graal do cargo público. Mas, geralmente são menos de uma dezena de vagas e, em boa parte dos casos todas já previamente destinadas, fazendo com que os concursêros paguem seu vale de palhaço a cada tentativa...

Tratando-se das provas, nada poderia ser mais humilhante. A cada concurso os organizadores implementam novos requintes de tortura aos concursêros condenados... Neste, por exemplo, era necessário assinar e carimbar o dedão lambuzado de tinta preta na ficha de inscrição. O local de realização das provas era uma escola de primeiro grau em estado de casa assombrada, no meio de uma vila onde até traficante tem medo de entrar e com classes e cadeiras minúsculas, imundas e quebradas. As questãs, elaboradas com tanto esmero pelos grandes sábios da computação, do direito, da matemática e da língua-mãe, podem ser agrupadas em quatro catigurias:
- Ridículamente fáceis: até um funcionário público as acertaria
- Totalmente ambíguas: onde, pelo menos duas das cinco alternativas possíveis tem sentidos absolutamente idênticos
- Sem resposta correta: questões onde todas as cinco alternativas não representam nem de longe o que realmente precisa ser respondido
- Ininteligíveis: questões que não perguntam absolutamente nada e respostas desconexas, algo como conversa de bêbado...

Finalizando, falarei de amenidades... A fauna concursêra é bastante variada, com indivíduos de todos os tipos. Alguns tem nomes estranhos, como Alisanderson, Aldroíno, Amirela, etc... Uns são "simpáticos", puxam conversa e se relacionam com os outros espécimes... Outros são psicótico-esquizofrênicos e tem tiques nervosos que duram a prova inteira... Tem os preparados pra guerra, que já chegam com água, bolachinha, três canetas, cinco lápis... Existem também os incontinentes, que precisam levantar pra ir ao banheiro a cada meia hora... Tem os confusos, que olham a ficha de inscrição, conferem a lista na porta do prédio, perguntam pra alguém e mesmo assim entram na sala errada... Tem também as mega-patys, fantasiadas pra festa de formatura...
Enfim, vamo pará por aki q o post já tá grande demais pra um inútil só...