sábado, 22 de maio de 2004

Pussy power
ou "Colóquio sobre política de cargos e salários"

Como todos sabem, este inútil que vos escreve está de emprego novo. Neste novo desafio está enfrentando todo o tipo de problemas, causados pela desorganização, imbecilidade e má-fé dos imbecis colegas e chefes de trabalho, desde o processo seletivo para a vaga.
No caso relatado, pretendo mostrar que, além de inúteis, somos diariamente submetidos à situações onde esfregam na nossa cara o quanto realmente valem nossas almas.

Na empresa onde estou atualmente iniciando (menos de um mês) minhas atividades, foram contratados, no mesmo processo seletivo, um total de seis pessoas para integrar a equipe de desenvolvimento de software, mais um estagiário (mas como estagiário não é gente, desconsideraremos). Destes seis, dois são profissionais tarimbados, com larga experiência nas atividades requeridas, sendo um terceirizado e outro funcionário CLT. Os outros seis têm experiência menor e foram contratados em uma sequência cronológica, conforme detalhado abaixo:
- Um gurizão, recém formado em Engenharia, com alguma experiência em programação e em trabalho formal como estagiário, mas nenhuma experiência no processo de software (contratado há um mês).
- Este inútil, profissional graduado e pós-graduado em Computação, com experiência de trabalho anterior de cerca de dois anos, programador e conhecedor do processo de software (contratado há 3 semanas).
- A moçoila, recém formada em Engenharia, com conhecimentos leves em programação, nenhuma experiência de trabalho nem no processo de software (contratada há 2 semanas).
- O viajandão, recém formado em Engenharia e cujos conhecimentos desconheço (contratado essa semana).

Pela boa lógica, uma política de cargos e salários para estes seis indivíduos seria:
- O gerente de projeto, ocupado pelo cara mais experiente do time (excluído o terceirizado).
- Um "qualquer coisa sênior", ocupado pelo segundo cara mais tarimbado.
- Um "qualquer coisa pleno", para o inútil.
- Três "zé mané júnior", para os recém formados e com conhecimentos menores.

Pela lógica do mundo bizarro, como foi feito:
- O gerente de projeto é o cara mais experiente, mas é terceirizado.
- O "... sênior" não existe.
- O "... pleno" é a moçoila.
- Os outros são tudo "zé mané júnior".

Ora, concordem comigo ou não, hão de convir os caros leitores que a minha vontade de acordar as 6 e 1/2 da matina pra ir trabaiar 9 horas por dia reduziu-se à metade quando descobri que o salário do "júnior" é a metade do "pleno" e quase desapareceu por completo quando vi que a moçoila era quem ganhava o dobro que eu...
E ainda fazem pesquisas dizendo que as mulheres são discriminadas no mercado de trabalho...

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